Marcelo
Luís de Souza Ferreira
Acredito que muitos – senão
todos – já devem ter-se perguntado em algum momento da vida: “Por
que Deus criou o mundo?”.
Afinal, sendo Ele onipotente,
qual a razão de criar não só o mundo, a natureza e os animais, mas
também um ser tão complicado e falho como o ser humano?
A resposta para essa questão
existencial, que parte da ciência tenta responder afirmando se
tratar de obra do acaso (uma grande explosão e milhões de anos de
evolução da poeira cósmica), parece ser mais simples do que
imaginamos. Basta dar uma olhada inicialmente no livro de Gênesis e
a resposta aparecerá: Deus criou o mundo por amor, simplesmente
amor.
Havia - e há - em Deus um amor
tão grande, mas tão grande, que por sua própria natureza não
pode ser aprisionado, não pode ficar restrito.
Então, por esse Amor, Ele criou
os céus e a terra, e através da sua Palavra – expressão máxima
desse Amor – criou tudo o que era bom: a luz, a separação dos
céus e da terra, o ajuntamento das águas, as árvores, os frutos, o
dia, a noite, as estrelas, o sol, a lua, os répteis, as aves, os
animais marinhos e toda sorte de ser vivente, numa harmonia tão
perfeita que somente esse esplêndido Amor poderia criar.
Por
Amor Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e lhe deu uma
ajudadora idônea, pois não era bom que o homem estivesse só (Gn 1.
18). E, mesmo sabendo o perigo que isso representaria, concedeu ao
homem, por Amor, toda liberdade:
“Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e
dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
todo animal que se move sobre a terra” (Gn 1. 28). Deus
não fez o homem para aprisioná-lo, pois seu Amor liberta.
Por
Amor, Deus colocou o homem num jardim onde nada lhe faltaria e nada
lhe poderia aborrecer. Ali, concedeu ao homem o direito de se
alimentar da árvore da vida, pela qual não haveria morte. Ou seja,
o Amor de Deus dava desde aquele momento a vida eterna.
E
por Amor também Deus não escondeu do homem a árvore do
conhecimento do bem e do mal, pois o Amor é verdadeiro,
mas advertiu que se o homem dela comesse certamente morreria.
No
entanto, tentado a ser deus, o homem desobedeceu, como já sabia de
antemão o Criador. Com isso, perdeu os privilégios que tinha no
jardim, inclusive o de não morrer, passando a enfrentar a realidade
daquilo que ele sempre foi: uma criatura frágil e falível.
Por Amor, no entanto, Deus já
tinha o plano de perdão e salvação do homem,
que a seu tempo foi executado. E essa salvação não poderia ocorrer
de outra forma senão pelo mesmo Amor de Deus.
O
evangelho de João começa esclarecendo que “no princípio, era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; Ele estava no
princípio com Deus; Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez”.
Assim
se explica a vinda de Cristo Jesus ao mundo: “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3.
16).
Em
outras palavras, o Amor de Deus, pelo que tudo se fez,
encarnou-se na pessoa de Jesus Cristo e foi dado ao mundo para perdão
e salvação do homem.
E
esse Amor, chamado Jesus, fez o que somente ao verdadeiro amor era
possível: se entregou plenamente, sob sacrifício da própria vida.
O
Amor de Deus obedeceu fielmente ao Pai. Vencendo as tentações do
mundo, foi ao encontro de todos os que dele necessitavam para aliviar
seu sofrimento. Libertou pessoas. Curou. Não viu raça, sexo nem
classe social. Não viu sequer o passado pecador das pessoas.
Acolheu-as todas e deu a elas a Sua Paz, pois o Amor
apazigua.
E
mesmo traído, humilhado e ferido de morte esse Amor foi ao encontro
daqueles a quem chamara e perdoou, oferecendo nova vida.
Para
ter acesso a essa nova vida, Jesus ensinou com seu próprio exemplo
de vida e com sua palavra: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14. 6).
Ninguém vai ao Pai senão
pelo Amor do Pai, Jesus Cristo!
E
é desse Amor que o apóstolo Paulo diz que devemos ser imitadores. É
esse Amor que deve residir em nossos corações e dirigir nossas
obras: o amor que se entrega, que liberta, que harmoniza, que traz
paz, que se sacrifica, que perdoa e que cura.
Por
isso o mesmo apóstolo ensina:
“Ainda que eu falasse as
línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda
que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e
não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu
corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno;
o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se
ensoberbece.
Não se porta com indecência,
não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas
folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo
profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e
em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é
perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava
como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que
cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho
em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte,
mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” (1
Co 13:1-13)
Parabéns, Marcelão!.O amor liberta, modifica, ilumina, traz sentido à vida. Quando esse amor é o de Deus, maior sentido nos traz, ele é presente, participativo e motivador. No meu caso, Deus esperou me dar um novo sentido quando meus filhos foram me dados, o que deu novo sentido à minha existência.
ResponderExcluirEscrever é ser presente e necessário, quando os outros estão precisando, sempre no oculto!.
Alexsandro Marins Moraes