Seja feliz! Esta é a ordem do
dia e para isso você empenhará tudo o que tem e tudo o que pode
fazer ao longo do dia de hoje. Seja feliz!
O interessante é que ninguém
duvida dessa premissa. Ninguém acorda pela manhã decidido a tornar
sua própria vida um inferno. Ninguém começa um novo dia pensando:
“Hoje eu farei de tudo para ser infeliz!”.
Então, por que não somos
felizes? Por que as pessoas estão cada vez mais deprimidas,
frustradas, doentes e infelizes? Por que?
Até conseguimos alguns momentos
de alegria ao longo de nossas vidas, mas a infelicidade parece nos
perseguir e sempre os torna passageiros, não é verdade?
Observem. Passamos um longo
tempo tentando encontrar alguém e quando encontramos vivenciamos a
alegria de estarmos apaixonados. No entanto, logo aparecem as
incompatibilidades, surgem as decepções e nos vemos infelizes ao
lado daquela pessoa que há pouco nos dava tanto prazer pela sua
companhia.
Também acontece com o emprego.
Depois de tanto procurarmos e tentarmos uma colocação a atingimos e
ficamos temporariamente contentes. Mas não demora muito e aparecem
problemas dos mais diversos que nos tornam infelizes também no
trabalho.
Se pararmos para pensar é assim
com praticamente tudo o que desejamos e conquistamos, de modo que nos
sentimos infelizes quando não atingimos nossos objetivos mas também
terminamos infelizes quando os atingimos. Por que tamanho paradoxo?
Será que há uma receita para a
felicidade real? Será que existe um meio de nos sentirmos felizes
mesmo diante das adversidades e das dificuldades normais da vida?
A resposta a essas perguntas é
afirmativa. Existe sim uma receita para a verdadeira felicidade e ela
nunca esteve escondida. Nós apenas resistimos em segui-la e temos
optado por atalhos que na realidade nos fazem andar sempre em
círculos.
A Bíblia nos ensina que no
sexto dia da criação do mundo “viu Deus tudo quanto fizera, e
eis que era muito bom” (Gn 1. 31) e só descansou depois de se
assegurar de tudo quanto havia criado era bom.
O interessante é que Deus não
criou o mundo para dele usufruir sozinho. Deus criou o paraíso para
o ser humano, colocando o homem e a mulher no domínio de todas as
coisas boas que havia criado. Sua ordem, na minha ótica, era simples
e clara: “Sejam felizes! Aproveitem a vida! Tenham prazer nas
coisas que fiz para vocês e deixem que Eu cuido de tudo!”. Isso
não está escrito no Livro da Vida, mas é a percepção que tenho
quando leio o Gênesis.
Deus criou o homem para ser
feliz, o que seria plenamente possível se o homem se preocupasse
apenas em usufruir das coisas boas que Deus havia criado e colocado à
sua disposição. Mas isso deixou de ocorrer quando o homem deixou de
olhar para aquilo que já possuía e teve a pretensão de ter o que
não era seu, de usurpar o posto do Criador (Gn 3. 1-7). Talvez esse
seja um dos primeiros atalhos que pegamos para chegar a lugar algum.
Ainda hoje Deus nos dá muitas
coisas boas. Temos vida, saúde, família, amigos, marido, esposa,
filhos, emprego e algum conforto material. Mas não nos contentamos
nunca com o que temos e procuramos sempre colocar defeito na obra de
Deus: “Ah! Se dependesse de mim tudo seria diferente!”. Não é
assim que pensamos?
Essa nossa constante
insatisfação nos traz infelicidade, mas o pior é que quando
perdemos o que já temos é que nos damos conta do tesouro que nos
havia sido confiado e aí sofremos mais ainda. É diante da morte, da
doença, do divórcio, do problema com as drogas e da perda dos bens
materiais que descobrimos o valor daquilo que já não temos mais e
isso nos traz uma infelicidade ainda maior.
Mas mesmo com a queda do homem,
Deus não desistiu de nos fazer felizes. Pelo contrário, sabendo da
nossa dificuldade em entender nossa própria natureza, Deus esmiuçou
a receita, detalhando-a através de mandamentos (Ex 20).
Assim, nosso Pai nos ensina a
não cobiçar ou desejar o que é do próximo. Em outras palavras, o
que ele nos diz é: “Se contente com o que Eu já dei e aproveite!
Assim como você não deseja que tirem o que é seu, não queira para
você o que é de outra pessoa”.
E como essa lição de
felicidade nos serve para os dias atuais! Quanta tristeza alimentamos
em nós mesmos pelas coisas que não podemos comprar, pela casa que
não conseguimos ter, pela família do vizinho ser mais unida e feliz
que a nossa, pelo sucesso profissional que um amigo tem e nós não
temos, por não termos um namorado ou uma namorada igual a de
outrem... quanta amargura não acumulamos?
Nosso Pai ensina a honrar pai e
mãe “para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR,
teu Deus, te dá”. E quanta tristeza e morte o esfacelamento
das famílias não tem provocado atualmente?
Em seu amor infinito, nosso
Senhor ainda nos ensina que precisamos descansar, que precisamos
parar de trabalhar um pouco, de tentar conquistar mais e mais para
aproveitar aquilo que já nos foi dado. Afinal, não sabemos se
teremos o dia de amanhã para isso! E quantos não são os que morrem
ou perdem a saúde por causa da estafa?
Para ter felicidade, Deus nos
mostra o caminho da fidelidade, da idoneidade, do valor à vida, da
verdade no falar e no agir.
Mas o mais importante nessa
valiosa receita está na observância ao primeiro mandamento: “Eu
sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para
ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos
céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as
adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus,
Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à
terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço
misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os
meus mandamentos” (Gn 20. 1-6).
Sabe o que Deus está dizendo?
Ele nos diz: “Quer ser feliz? Confie em mim de todo o teu ser e com
todo o teu coração. Eu sou o SENHOR e eu cuido do ti”.
Há pessoas que depositam todas
as suas fichas num relacionamento afetivo, como se o namorado, o
cônjuge ou um filho fosse o responsável por sua felicidade.
Há quem acredite que sua
felicidade estará na acumulação de riquezas e vive uma vida
inteira apenas para isso.
Tem gente que resume sua vida ao
trabalho ou à posição social que ocupa.
Há quem estabeleça como meta
se tornar uma celebridade e ser ele próprio cultuado, adorado.
Há quem faça do sexo, da
comida, da bebedeira ou de qualquer outro prazer momentâneo sua
razão de ser e se torna escravo desses desejos.
Nada disso nos garante a
felicidade permanente.
Nenhuma pessoa, por mais honesta
e verdadeira que seja, é capaz de satisfazer todas as nossas
expectativas e necessidades, tampouco nós temos condições de
sermos objeto de adoração dos outros, não damos conta de tanta
cobrança.
Os bens materiais se deterioram
ou são roubados.
A saúde vai se comprometendo
com o decorrer dos anos e nos impede de obter os mesmos objetos de
desejo de antigamente.
A juventude passa e a beleza
física se transforma.
A escravidão ao desejo nos
impede de prosseguir e de viver.
Em suma, nenhuma dessas coisas
pode orientar nossas vidas. Nada disso pode nos reger. Se devotarmos
nossas vidas a isso certamente nos perderemos e experimentaremos um
estado de frequente tristeza e infelicidade.
Portanto, tenha como Deus e
Senhor da sua vida apenas o seu Criador. Deposite nele – e apenas
nele - suas esperanças e expectativas. Ele te gerou, conhece os seus
mais profundos sentimentos, sonda sua alma e é o único que sabe o
que você realmente necessita para ser feliz.
As pessoas podem te ajudar e
compartilhar dos seus momentos de felicidade. Os bens podem fazer
parte desses momentos e complementá-los. O prazer físico será
consequência de um estado interior de alegria. Mas a felicidade
estará em se entregar apenas ao seu Criador, confiar a Ele todas as
suas necessidades e contemplar aquilo que Ele quer fazer
especialmente para você.
Faça isso e seja feliz!