Marcelo
Luís de Souza Ferreira
"E, comendo com eles, determinou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a
qual, disse ele, de mim ouvistes.
Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram:
Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?
Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos
ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade;
mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito
Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1. 3-8)
Como é difícil manter o foco!
As atribulações da vida
moderna, os compromissos que assumimos, os filhos, as viagens, as
enfermidades, a economia, a política, a moda, o programa da
televisão... tudo parece contribuir para que desviemos nossa atenção
daquilo que realmente importa. E assim, sem darmos conta,
permanecemos perdidos em preocupações e discussões inócuas, que
não los levarão a lugar algum.
Boa parte dessas preocupações
são de fato relevantes e precisam da nossa atenção. O problema
surge quando elas tomam toda a nossa atenção e impedem que
enxerguemos além, que entendamos o propósito maior de tudo isso.
Isso aconteceu com os apóstolos
de Jesus, mesmo após três anos de discipulado, nos quais eles viram
e ouviram as maravilhas do reino de Deus, e após presenciarem a
extraordinária ressurreição do Cristo. Isso acontece conosco nos
dias atuais.
Naquela época, Israel havia
perdido toda sua autonomia como nação, estando sob o domínio de
Roma. Os apóstolos viviam um tempo de opressão, como quase todo o
povo judeu e tinham por óbvio o sonho da libertação desse domínio
externo.
Cristo veio ao mundo, no
entanto, trazendo uma outra proposta de libertação: a verdadeira
libertação.
De que adiantaria libertar o
povo do domínio romano se o povo permaneceria escravo do pecado? A
proposta de Jesus era maior: “Eu sou a porta; quem entra por mim
será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem” (Jo 10.
9). A proposta de Jesus era dar da água da vida a todos os que
tivessem sede e libertar o homem de toda e qualquer escravidão.
Assim Jesus saiu andando,
falando das maravilhas de um reino que não pertence a esse mundo e
da possibilidade de experimentá-lo mesmo ainda estando aqui,
alimentando os que tinham fome, libertando as pessoas de seus
próprios cativeiros (cegueira, possessões demoníacas, doenças das
mais variadas) e trazendo vida àqueles que já não tinham mais
esperanças.
Os apóstolos o acompanharam,
ouviram seus ensinamentos e viram todos os seus milagres. Conheceram
de perto a glória de Deus, sentiram o seu amor e receberam Dele a
tarefa de espalhar essa novidade pelo mundo, levando alento aos
sofredores, curando as almas e aproximando-as de Deus.
No entanto, no momento da
“formatura”, quando Jesus estava prestes a ascender aos céus,
revelaram, em sua preocupação com a restauração do poder de
Israel, que tinham perdido o foco. Apesar de tudo, não compreendiam
naquele momento a grandiosidade da missão que tinham para cumprir
nem a imensidão da graça recebida.
É o que vemos hoje.
Percebemos a mesma perda de foco
em nossas igrejas, nos cristãos atuais.
Ao invés de levarmos a mensagem
adiante, acolhendo as pessoas e aproximando-as de Cristo, nós as
repelimos, as afastamos de Deus.
Fixamo-nos no discurso a
respeito do pecado alheio e nos esquecemos de apresentar Jesus como o
caminho da libertação.
Dissentimos entre nós mesmos a
respeito de rituais litúrgicos como se fôssemos donos do Espírito
Santo e como se Ele agisse segundo as nossas conveniências e
escolhas, ignorando que “o vento sopra onde quer; ouves-lhe o
ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece
com aquele que nasceu do Espírito.” (Jo 3:8).
Nos perdemos no pecado da
religiosidade, em que o culto é mais importante que o cultuado.
Não há dúvidas de que o povo
de Deus está oprimido. Não há mais o jugo do Império Romano a nos
afligir, mas existe sim uma resistência (para não dizer uma guerra)
muito grande do mundo com relação ao evangelho.
A todo momento nossos valores
são questionados, ridicularizados. A cada instante alguém desdenha
da nossa fé e o mundo nos sufoca com toda sorte de perversidade.
Diante dessa opressão, porém,
estamos nos voltando contra as pessoas. E justamente contra as
pessoas que mais precisariam ouvir o evangelho, pois o desconhecem
por completo.
Não nos aproximamos delas, pois
nos nossos corações já as condenamos e executamos nossa sentença:
queimem no fogo eterno! Logo nós, que fomos resgatados e salvos nos
últimos minutos exclusivamente pela graça de Deus achamo-nos no
direito de escolher quem terá direito ao céu.
Diante dessa opressão nós
questionamos qual igreja é a melhor, qual pastor está mais
capacitado, qual louvor está mais de acordo com o nosso conhecimento
de Deus. Perdemos tanto tempo discutindo os meios que nos esquecemos
do fim.
Paulo já advertia a igreja
primitiva quanto a esse mesmo equívoco: “Porque não temos que
lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados,
contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,
contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”(Ef
6:12). Nossos inimigos não são as pessoas, tampouco os irmãos que
professam a mesma fé em Cristo Jesus.
Na verdade, nossos inimigos
estão mais próximos do que imaginamos, pois ainda estão dentro de
nós.
A reprimenda feita por Jesus
naquela ocasião (“Não vos compete conhecer tempos ou épocas
que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade”)
continua atual.
Conhecer Deus não nos torna
proprietários Dele. O Espírito Santo, como o vento, não pode ser
controlado. Os caminhos de Deus são de sua exclusiva autoridade e
conhecimento, e, acreditem, tendem a nos surpreender cada dia mais.
Precisamos,
portanto, ouvir o conselho do Mestre e aguardar. No tempo certo,
“recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas”,
simplesmente isso, testemunhas de Cristo até aos confins da terra.
Querido irmão Marcelo. Cristo fala através de ti. Você é um instrumento do amor puro de Jesus. Somos irmãos, Cristãos. Para nós, há uma só verdade e ela provém de Jesus, que é pura bondade e misericórdia. A unidade do Corpo de Cristo permite a união de todos os cristãos: "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos... E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo" (1 Coríntios 12:13-14 e 19-20). Apesar dos membros do corpo serem diferentes um do outro, formam uma só unidade: somos assim, vários membros, formando um só corpo. "E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;... Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele." (vs. 21-22; 25-26).
ResponderExcluirser cristão é viver em união — união de católicos e evangélicos, ricos e pobres, todos os povos, todas as raças, todos unidos numa só fé . Preciso de meus irmãos católicos que vivem a Palavra. Preciso de meus irmãos evangélicos que vivem a Palavra. Todos seremos salvos pela misericórdia do Pai. Não se fala de tolerar a convivência das trevas com a Luz, mas de buscar, pela verdade bíblica e pelo amor , a Palavra de Deus, sem a qual não haverá jamais unidade cristã verdadeira. Somos seres errantes à busca da luz de Cristo. Deus quer seu povo unido. Oro a Deus para que continue te fazendo instrumento de propagação da fé crista e da união do povo de Cristo. Parabéns pelo seu blog, parabéns pela paz que através dele propaga. Que Jesus nos proteja, proteja a todo cristão, e nos conduza. Abs fraterno. E obrigada pela mensagem, neste dia! Ana Paula Faria