(fotografia: AUGUSTO ARAÚJO NETO)
(texto: MARCELO LUÍS DE SOUZA FERREIRA)
Pai,
Viver não
é fácil!
Às vezes
até respirar é difícil,
pois o ar
parece tão pesado,
mas tão
pesado
que os
pulmões precisam se esforçar demais
para
continuarmos vivos.
O Senhor
sabe disso.
Pai,
Algumas
coisas doem muito
e não nos
deixam caminhar adiante.
Algumas
feridas parecem nunca cicatrizar.
E o ardor
o sangue
tudo...
O Senhor
sabe.
Pai,
Como é
custoso tentar levantar
após
algumas quedas,
quando a
única vontade que tenho
é a de
permanecer parado onde caí,
chorando,
esperando
que tudo não passe de um sonho ruim.
Mas o
Senhor sabe disso também.
Pai...
Como deve
ter sido pesada aquela cruz!
Como deve
ter sido doloroso
ter de se
levantar após cada tropeço,
cada
fraquejar das pernas,
para
seguir adiante
em direção
ao certo e inevitável calvário.
Como deve
ter sido difícil
se
levantar com o peso daquela cruz
para a
realização do sacrifício voluntário e único.
Pai...
Como devem
ter doído aquelas feridas,
os cortes
na carne,
as
escoriações por todo o corpo,
o escoar
do sangue
e o
desprezo...
Como deve
ter sido árduo
respirar
naquele último momento
a fim de
dizer: “Está consumado!”
Eu sei...
O Senhor
entende o que é sofrimento.
Quis
sofrer, por amor a mim,
através
do Seu Filho amado,
num
sacrifício que eu jamais
teria
condições de oferecer.
Quis
sofrer pelas minhas culpas
pelos meus
defeitos
e então
me ofereceu o perdão.
E então
me concedeu a vida.
Pai,
mais do
que qualquer pessoa,
o Senhor
entende de dor,
de
sofrimento.
Ensina-me,
então,
a
reconhecer o Teu amor
por trás
de todas as circunstâncias.
A aceitar
o Teu sacrifício
e entender
o Teu perdão, a Tua graça
para
continuar a caminhada.
A carregar
a minha cruz
rumo à
vitória que também pela cruz
Jesus
obteve para mim.
Ajuda-me a
morrer para poder renascer.