Francisco Milton.
Essa pergunta parece encher de orgulho o brasileiro …
a sala de troféus, no país do futebol, é algo magnífico, repleta
de premiações e histórias de conquistas memoráveis, bastando
lembrar de alguns dingos musicais como “a taça do mundo é nossa,
com brasileiro não há quem possa” (refere-se à primeira
conquista de 1958) ou mesmo “noventa milhões em ação, pra frente
Brasil do meu coração” (canção de comemoração do tri
campeonato de 1970).
Hoje somos quase “duzentos milhões em ação”
contagiados com a Copa do Mundo que acontece nos gramados
brasileiros.
Ouvir o hino nacional nos estádios ou o grito da
torcida “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” é
contagiante e todos, da criança ao adulto, estão juntos numa só
torcida pela nossa seleção.
Quando criança, talvez no maior dos delírios, sonhei
em ser jogador de futebol e, com a pureza própria da tenra idade,
imaginava correr pelos gramados e marcar o gol da vitória de nossa
seleção, mas logo cedo também facilmente percebi que a bola, minha
pretensa amiga, não queria muita intimidade comigo … literalmente
a bola, naturalmente redonda, nos meus pés parecia quadrada … não,
não futebol não era a minha praia … tentei outros esportes,
forcei uma amizade com a bola … tentei basquete, vólei, tênis …
a bola mudou de cor e tamanho, mas eu e a bola não tínhamos aquela
“química” facilmente percebida quando, por exemplo, o Neymar
está com a sua fiel companheira, a bola.
Sem a admirada bola, a natação foi esporte que me
acolheu.
A natação é esporte espetacular, pois, além das
vantagens fisiológicas de trabalhar todas os músculos do corpo, o
contato com a água, o mergulho e a flutuação me faziam, como um
grande bebê, lembrar do ventre da minha mãezinha.
Nas competições escolares, ainda que não fosse um
dos melhores, normalmente conseguia ganhar uma medalha … era um
momento ímpar, o pódio, a premiação e a satisfação de vencer.
Essa sensação eu revivi há alguns anos atrás quando voltei a
nadar e o treinador convocou para a competição estadual de natação
máster.
Duas medalhas conquistadas coletivamente, em provas por
equipe, e lá estava eu novamente com as minhas humildes, mas
significativas medalhas.
O momento passou, as medalhas, importantes no momento
da conquista, estão agora empoeiradas no pescoço de uma das bonecas
da minha filha … os troféus da seleção pentacampeão mundial de
futebol que, outrora desfilaram pelas capitais do país, hoje estão
guardados em exuberantes e esquecidas salas de troféus, demonstrando
como é efêmera e fugaz a satisfação pela conquista do prêmio que
“a traça e o ferrugem corrói e onde os ladrões minam e roubam”
(Mateus 6, v. 19).
A Bíblia também registra a competição dos estádios
e a busca pelo prêmio, ou “não sabeis vós que os que correm no
estádio, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de
tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se
abstenha; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós,
porém, uma incorruptível” (1 Coríntios 9, v. 24/25).
A competição entre os atletas terá um único
vencedor, por isso, a Copa do Mundo iniciou com 32 (trinta e duas)
seleções, porém apenas uma seleção receberá o troféu e será
reconhecida como campeã.
A busca pela vitória dessas seleções envolve
treinamento, concentração e foco na vitória, sendo a luta acirrada
pelo troféu que, em breve, ficará num lindo e esquecido pedestal na
sede de uma das seleções.
A tensão é enorme, os nervos estão a flor da pele,
as famílias são separadas em prol da conquista, numa espécie de
quarentena, cada detalhe é milimetricamente traçado em busca do
prêmio que apenas uma seleção irá receber.
Traçando uma comparação com a caminhada de Jesus por
essa terra, podemos fazer uma analogia com a preparação e a
conquista da competição, embora com prêmios bem diferentes.
Jesus, mesmo sendo Deus, registra a Bíblia “esvaziou-se
a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2, v. 6/8).
Jesus, durante toda a sua caminhada na terra,
esvaziou-se de si mesmo, por amor a mim e a você, tornando-se um
servo com o foco na vitória da vida sobre a morte e, como cordeiro
perfeito e sem mácula, foi açoitado, humilhado, escarnecido,
recebeu a coroa de espinhos e no madeiro, tendo a sua carne perfurada
por cravos, Jesus, contemplando a eternidade, derramou o seu sangue
para nos limpar de todo o pecado e nos entregar a coroa incorruptível
da vida eterna.
Cabe a mim e a você, seguindo a Cristo, “revestimo-nos
de misericórdia, de bondade, de humildade, mansidão e de paciência”
(Colossenses 3, v. 12), olhar para Jesus, “o autor e consumador da
fé” (Hebreus 12, v. 2).
A vitória de Cristo não se limita a um único atleta,
a um único time ou a uma única seleção, mas a todos que, como
Paulo, entregou a sua vida a Jesus Cristo, conservando a sua fé, com
perseveração, amor e humildade até o fim dos seus dias “e agora
está me esperando o prêmio da vitória, que é dado para quem vive
uma vida correta, o prêmio que o Senhor, o justo Juiz, me dará
naquele dia, e não somente a mim, mas a todos os que esperam, com
amor, a sua vinda” (2 Timóteo 4, v. 8).
Você que está cansado dos prêmios efémeros que
trazem apenas alegria momentânea e anseia por um sentido na sua
vida, saiba que Jesus, nesse momento, pode trazer descanso para sua
alma e dar um novo sentido à sua vida, basta hoje você crer no seu
coração e confessar com os seus lábios que Jesus Cristo, ao morrer
na cruz do calvário, remiu você de todos os seus pecados.
“Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende” (Lucas 15, v. 7).
Que Deus nos abençoe e nos sustente até o dia da
grande festa da premiação celestial!!!
Grande abraço,
Francisco Milton.
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