terça-feira, 27 de maio de 2014

ACEITANDO AS PEDRAS DO CAMINHO


Vamos analisar.
Havia grandes promessas sobre sua vida. Promessas de uma vida gloriosa, uma posição de destaque, um posto de liderança.
E você sonhou... sonhou alto. Se viu transitando entre os grandes, em posição de respeito, em posição de comando. Pessoas comentando sobre o seu sucesso, sobre o seu caráter empreendedor, sobre o seu conhecimento, sobre todas as suas conquistas. E você sendo ouvido com atenção e admiração por quem estava ao seu redor.
Mas o que aconteceu desde esse sonho?
Você olha hoje ao redor e vê que tudo parece ter dado errado. Em alguma bifurcação do passado, talvez você tenha pego o caminho inverso ao sucesso e hoje a sua condição é muito, mas muito diferente daquela que você imaginou... e para pior!
Não há vida gloriosa.
Não há posição de destaque.
Não há posto de liderança.
O que há é uma posição extremamente desconfortável, a falta de espaço e a execução de serviços menores com os quais você certamente não tinha sonhado.
O que há não é sequer sombra do que você sonhou.
O que há é uma prisão!
Pois esta é a história de José, o filho amado de Jacó (Gênesis 37-50). E a história de José tem muito a ensinar para cada um de nós.
Desde cedo vivendo a expectativa de ser um grande homem, de ocupar uma posição de destaque e de exercer funções de comando e liderança. Havia uma grande promessa sobre ele desde muito novo, mas naquele momento ele se via injustamente preso numa terra distante, depois de sofrer tentativa de morte e ser vendido por seus próprios irmãos como escravo a estrangeiros. Ele estava em uma prisão, acompanhado de pessoas condenadas à morte.
A Bíblia não diz, mas José deve ter se questionado. Afinal, o que teria dado errado em sua vida? Por que tanta provação? Qual a razão do sofrimento, da separação de sua família?
E os sonhos? Não eram sonhos de vitória?
A Bíblia não relata esses momentos de incerteza, mas é impossível que José não os tenha tido. Ele era humano e certamente reagiria como qualquer humano num momento desses.
O dissabor e a desventura nos exaurem. Sugam as nossas forças. Nos colocam no extremo de nossa fragilidade humana. E então nos entregamos, choramos, reclamamos.
Se foi assim com Davi quando se deparou com o estrago que os amalequitas tinham feito às terras e ao povo de Ziclague – a Bíblia nos diz que esse extraordinário guerreiro “e o povo que se achava com ele alçaram a sua voz, e choraram, até que neles não houve mais forças para chorar” (1 Samuel 30:4) – não teria sido diferente com José.
José deve ter chorado muito, até não ter mais forças para chorar, creio eu.
Então, nesse momento da história podemos dizer que José e você estejam na mesma condição, experimentando a desilusão. E é aqui que a vida de José pode nos ajudar a mudar a nossa própria vida.
No momento do desconforto e do aparente fracasso José resolveu apostar nas promessas que havia sobre sua vida, nos sonhos que pareciam enterrados. Ele resolveu crer… e deu certo!
José entendeu o que significava fé e adotou uma postura de fé. Passada a decepção inicial, após ser jogado num poço para a morte e, resgatado, ser vendido como escravo para os egípcios, José decide acreditar que o seu sonho ainda se realizaria e, enfrentando as circunstâncias, se esforça a ponto de se tornar o chefe dos escravos e passa a exercer ali uma posição de comando.
Como chefe dos escravos, por se negar a sucumbir aos desejos carnais e a se envolver indevidamente com a esposa de seu senhor, José foi colocado em uma trama súrdida que o levou à prisão, numa situação ainda pior que a primeira, mas também ali se esforçou a ponto de assumir posição de confiança, recebendo do carcereiro-mor o poder de organizar e cuidar da própria prisão, exercendo autoridade sobre os outros condenados (Gênesis 39: 21-23).
Passos de fé. Passos de quem entende e acredita que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28).
E foi ali na prisão, numa condição indigna que levaria muitos a abrirem mão de seus sonhos e desistirem de viver, que Deus começou a erguer José rumo à posição de destaque outrora prometida. Foi dali que José rumou ao palácio, conquistando a confiança do Faraó a ponto de ser colocado como maioral sobre todo o Egito e, nessa posição de destaque, ter sido o responsável por salvar toda a sua família da fome e colocá-los como príncipes nessa nova terra.
Nada ocorreu do dia para a noite, mas José entendeu que a bifurcação na estrada não estava no momento em que as coisas pareceram sair de seu controle lá atrás, quando foi jogado no poço ou vendido como escravo pelos seus próprios irmãos. A bifurcação estava à sua frente, quando, diante da situação desfavorável, poderia optar por desistir de tudo ou continuar acreditando nos planos de Deus para sua vida.
A bifurcação consistia em aceitar os desígnios de Deus para sua vida, embora incompreensíveis aos olhos humanos, ou se revoltar, rejeitando o desconforto que Deus estava permitindo que passasse.
Ao entender que esse era o momento e adotar a postura correta de se entregar a Deus, José aceitou o tratamento que era necessário para que viesse a se tornar a pessoa de destaque e comando que havia sonhado ser.
Afinal, o José mimado pelo pai e petulante, encontrado no início dessa história, não teria condições de exercer a função de governador de uma terra grande como o Egito. Não teria condições de olhar para sua família com a misericórdia e o amor que seriam necessários para que os propósitos de Deus se realizassem na vida de todo aquele povo.
Seria necessário um tratamento de choque. Seria necessário um caminho mais longo e duro. Seriam necessários alguns calos nas mãos e nos pés para que José tivesse a exata compreensão de seu papel e não julgasse ser aquilo que não era, mas entendesse o agir de Deus na sua vida e a dependência que deveria ter de seu Senhor para sempre.
Pense comigo.
Sonhos perdidos, tristeza, sofrimento, decepções.
Talvez a bifurcação esteja se apresentando nesse exato momento à sua frente. Talvez o seu desconforto, a sua desilução, a sua prisão estejam sinalizando o caminho que você deve tomar para mudar a sua história a partir de hoje. E é bem provável que Deus esteja fazendo com que você passe por caminhos tortuosos e difíceis de se andar para que você esteja preparado para receber aquilo que Ele planejou para sua vida.
Talvez esse seja o momento de se render a Deus e deixar que Ele trabalhe como precisa trabalhar em seu coração para que os seus sonhos possam se realizar.
Talvez esse seja o momento de conhecer Jesus, o único caminho, e passar a andar nEle.

Pense em José e quem sabe através dessa história você perceba Deus trabalhando em sua própria vida para levá-lo a algum lugar mais alto.

Um comentário:

  1. Maravilhoso! Glória a Deus por essas palavras! (Letícia Aguiar Mendes Miranda)

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