“Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:
18).
Ao fazer essa afirmação, Deus expunha a condição
humana: nenhum homem pode ser feliz sozinho.
Ao fazer essa afirmação, Aquele que nos criou revelava
para cada um de nós sua própria necessidade, como se dissesse:
“você não vai se entender, não vai conseguir se realizar
enquanto estiver sozinho”.
Então, logo em seguida ele proveu essa necessidade:
“far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. E
assim, o Senhor completava sua criação com a mulher. E assim, o
Senhor demonstrava aos dois que a vida só teria sentido em família.
Os milênios que se passaram não foram capazes de
alterar essa verdade e por mais afastados que estejamos de Deus há
uma sensação de incompletude em nosso interior que nos leva a
procurar nossa alma gêmea. Não conseguimos muitas vezes entender o
porquê, mas somos levados desde cedo a procurar, em meio às tantas
pessoas que conhecemos, aquela que seguirá a caminhada da vida ao
nosso lado.
Nossos olhos percorrem as multidões com esse intuito.
Planejamos isso. Sonhamos com isso. Até que encontramos...
finalmente encontramos.
O vazio parece deixar de existir. Nossa busca terminou!
Da forma como entendemos certo ou conveniente nos
apropriamos do objeto de nossa procura. Casamos ou simplesmente
juntamos os trapos na esperança de que a felicidade será eterna.
Esse é o nosso impulso, o que demonstra que há algo em
nosso DNA espiritual que nos recorda daquilo que o nosso Criador
afirmou e fez logo no início.
Mas não sabemos muito bem como fazer com que dê certo.
E por diversos motivos aquele projeto inicial acaba se desfazendo ao
longo do tempo.
Nos magoamos. Nos machucamos. Chegamos ao ponto até de
odiar a pessoa que um dia imaginamos ser a resposta para o enorme
ponto de interrogação que existia em nosso peito. E dessa forma, o
caminho começa a se bifurcar.
Os interesses já não são mais os mesmos. Os planos
voltam a ser individuais. A casa parece ser pequena demais para as
duas pessoas. Não há mais espaço.
Alguns simplesmente se vão, na tentativa de enterrar
uma história de amor mal-sucedida ou substituí-la por outra. Outros
permanecem se torturando, acreditando que a vida não lhes reserva
nada de melhor que o sofrimento.
E a história poderia simplesmente terminar aqui.
Afinal, é isso o que muitos decretam, convictos de que a união
possível entre um homem e uma mulher tem curto prazo de validade.
Mas eu não vou concluí-la nesse ponto. Me recuso a
pensar que o Criador estivesse brincando conosco quando incutiu em
nossos corpos, almas e espíritos esse desejo de se completar através
da união com outra pessoa do sexo oposto.
Na verdade, relendo o “manual do fabricante” entendo
que o produto não foi usado da forma adequada e por isso apresentou
problema. Mas também vejo que há uma “assistência técnica”
apta a consertá-lo e a me ensinar como usá-lo corretamente, obtendo
dele tudo aquilo que ele prometia.
Basta acionar, disposto a seguir todas as instruções
do fabricante, que o produto me trará o resultado almejado.
Então, surge um homem, único, com todas as ferramentas
necessárias para o conserto.
Você o chamou e Ele veio. Simplesmente atendeu ao seu
chamado.
Com paciência e maestria, Ele vai mostrando como os
conectores devem ser reunidos, como as ligações devem ser refeitas
e como a máquina deve ser ligada e operada. E quando você menos
espera, a coisa volta a funcionar e você passa a compreender o
potencial desse produto chamado casamento. Entende que de fato você
não pode viver sem ele, não pode viver sem a sua família.
Você só não sabia como fazer, mas agora está diante
da única pessoa apta a ensiná-lo.
Não importa o estrago que já foi feito na máquina.
Ele pode consertar.
Não importa quanto tempo ela está parada, encostada.
Ele pode fazê-la funcionar de uma maneira muito melhor do que antes.
E, acredite, você não encontrará satisfação maior em outro
lugar.
Seu impulso inicial estava certo. Não é bom que você
esteja só.
Havia um único lugar em que você poderia se encontrar.
Um único lugar em que você se realizaria. Um único lugar em que
você viveria plenamente tudo o que tem para viver. E esse lugar é a
sua família, a família que Deus planejou para você, com todas as
peculiaridades (ou imperfeições, como você imaginava) que ela tem.
Você só não sabia que Ele, na pessoa de Jesus Cristo,
teria de ocupar a posição principal, de estar na direção do
negócio, de ser o ponto de ligação entre todos os componentes para
que esse organismo vivesse e produzisse os frutos desejados. Só Ele.
Mas agora você já sabe.
Basta chamá-Lo. Confie Nele.
Não deixe que os estragos já realizados o impeçam de
usufruir desse maravilhoso e incomparável presente. Ele pode fazer
tudo novo... e melhor!
Esse é o primeiro milagre que Ele quer fazer na sua
vida.
“E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná
da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.
E foi também convidado Jesus e os seus discípulos
para as bodas.
E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não
têm vinho.
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda
não é chegada a minha hora.
Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele
vos disser.
E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as
purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três
almudes.
Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E
encheram-nas até em cima.
E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E
levaram.
E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho
(não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que
tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo,
E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom
e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste
até agora o bom vinho.
Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da
Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram
nele.” (João 2:1-11)
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