sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O DIREITO É SEU!


Como profissional operador do direito há uma questão a respeito da qual eu sinto a necessidade de me pronunciar.
Afinal, falamos em liberdades, defendemos tanto as liberdades, vivemos e morremos por elas, mas não nos damos conta muitas vezes de que liberdade pressupõe a existência do direito de escolher segundo sua própria vontade, o direito de escolher pelas próprias convicções e interesses, mas estando plenamente ciente das inevitáveis consequências da sua escolha.
Tenho visto, no entanto, uma multidão infinita de pessoas fazendo escolhas sem saber exatamente o que estão escolhendo, iludidas por uma boa propaganda, um bom trabalho de marketing.
Portanto, hoje eu quero defender uma liberdade que foi dada a cada um de nós, um direito de escolha que todos temos.
E preciso dizer com todas as letras: VOCÊ TEM O DIREITO DE IR PARA O INFERNO!
É isso mesmo. O termo pode não ser polido o bastante. Pode ser duro, deselegante, agressivo talvez. Mas eu realmente acredito nisso: cada pessoa tem o direito de escolher ir para o inferno. E quero defender o seu direito, mas gostaria que você fizesse a sua escolha por convicções e vontade próprias, não por estar enganado.
Existe uma única outra opção, a salvação. Mas não quero falar dela hoje. Quero apenas defender o seu direito de querer ir para o inferno.
Para tanto, você precisa saber que a ida para o inferno é uma espécie de contrato de adesão no qual silêncio é recebido como manifestação de anuência.
Não dá para negociar as condições em que você será recebido no inferno nem para conseguir um lugarzinho mais privilegiado quando chegar lá através de algum acerto com o “corretor”. O “corretor” pode até tentar te convencer do contrário, mas não é verdade. Lá é o lugar “onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga”.
Enquanto você não se manifestar de forma contrária, o seu nome está incluído dentre os beneficiários desse contrato. Na sua inércia você permanece como um contratante.
Não há uma posição intermediária. Não há um meio-termo. E é importante que você saiba disso, pois não adiantará alegar erro, dolo, coação ou fraude quando o contrato se aperfeiçoar e você já estiver devidamente instalado no inferno. Consumada a condição estabelecida (sua morte) o resultado é certo, a decisão se torna irrevogável.
Em contrapartida, enquanto esse contrato não se aperfeiçoar há a possibilidade de ser anulado, mas não quero tentar te convencer a fazer isso nesse momento. Como eu disse, quero apenas defender o seu direito de escolher o que você realmente quiser.
É preciso que você saiba também que esse contrato permanecerá em vigor enquanto você acreditar que pode passar por esse mundo satisfazendo apenas suas próprias vontades, acreditando que o ser humano não é uma criatura que tenha de prestar contas de seus atos e omissões com algum Criador e agindo como se a busca pelo prazer carnal pessoal seja o único objetivo de vida que uma pessoa possa ter.
Também é necessário que você saiba que você poderá levar outras pessoas consigo para esse mesmo destino final. Basta continuar agindo como se os seus atos e suas escolhas não tivessem tanta importância assim. Basta continuar acreditando que ninguém registra os seus passos e que os seus pensamentos por si sós não causam problema algum.
Sabendo disso, estando plenamente ciente de que essa vida descompromissada e egocêntrica o levará inevitavelmente a esse destino e, ainda assim, optando por continuar nesse estado de alienação eu defendo o seu direito de escolha. VOCÊ TEM O DIREITO DE ESCOLHER IR PARA O INFERNO!

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