Como profissional operador do direito há uma questão
a respeito da qual eu sinto a necessidade de me pronunciar.
Afinal, falamos em liberdades, defendemos tanto as
liberdades, vivemos e morremos por elas, mas não nos damos conta
muitas vezes de que liberdade pressupõe a existência do direito de
escolher segundo sua própria vontade, o direito de escolher pelas
próprias convicções e interesses, mas estando plenamente ciente
das inevitáveis consequências da sua escolha.
Tenho visto, no entanto, uma multidão infinita de
pessoas fazendo escolhas sem saber exatamente o que estão
escolhendo, iludidas por uma boa propaganda, um bom trabalho de
marketing.
Portanto, hoje eu quero defender uma liberdade que foi
dada a cada um de nós, um direito de escolha que todos temos.
E preciso dizer com todas as letras: VOCÊ TEM O
DIREITO DE IR PARA O INFERNO!
É isso mesmo. O termo pode não ser polido o bastante.
Pode ser duro, deselegante, agressivo talvez. Mas eu realmente
acredito nisso: cada pessoa tem o direito de escolher ir para o
inferno. E quero defender o seu direito, mas gostaria que você
fizesse a sua escolha por convicções e vontade próprias, não por
estar enganado.
Existe uma única outra opção, a salvação. Mas não
quero falar dela hoje. Quero apenas defender o seu direito de querer
ir para o inferno.
Para tanto, você precisa saber que a ida para o
inferno é uma espécie de contrato de adesão no qual silêncio é
recebido como manifestação de anuência.
Não dá para negociar as condições em que você será
recebido no inferno nem para conseguir um lugarzinho mais
privilegiado quando chegar lá através de algum acerto com o
“corretor”. O “corretor” pode até tentar te convencer do
contrário, mas não é verdade. Lá é o lugar “onde o seu verme
não morre, e o fogo não se apaga”.
Enquanto você não se manifestar de forma contrária,
o seu nome está incluído dentre os beneficiários desse contrato.
Na sua inércia você permanece como um contratante.
Não há uma posição intermediária. Não há um
meio-termo. E é importante que você saiba disso, pois não
adiantará alegar erro, dolo, coação ou fraude quando o contrato se
aperfeiçoar e você já estiver devidamente instalado no inferno.
Consumada a condição estabelecida (sua morte) o resultado é certo,
a decisão se torna irrevogável.
Em contrapartida, enquanto esse contrato não se
aperfeiçoar há a possibilidade de ser anulado, mas não quero
tentar te convencer a fazer isso nesse momento. Como eu disse, quero
apenas defender o seu direito de escolher o que você realmente
quiser.
É preciso que você saiba também que esse contrato
permanecerá em vigor enquanto você acreditar que pode passar por
esse mundo satisfazendo apenas suas próprias vontades, acreditando
que o ser humano não é uma criatura que tenha de prestar contas de
seus atos e omissões com algum Criador e agindo como se a busca pelo
prazer carnal pessoal seja o único objetivo de vida que uma pessoa
possa ter.
Também é necessário que você saiba que você poderá
levar outras pessoas consigo para esse mesmo destino final. Basta
continuar agindo como se os seus atos e suas escolhas não tivessem
tanta importância assim. Basta continuar acreditando que ninguém
registra os seus passos e que os seus pensamentos por si sós não
causam problema algum.
Sabendo disso, estando plenamente ciente de que essa
vida descompromissada e egocêntrica o levará inevitavelmente a esse
destino e, ainda assim, optando por continuar nesse estado de
alienação eu defendo o seu direito de escolha. VOCÊ TEM O DIREITO
DE ESCOLHER IR PARA O INFERNO!
Forte!
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